segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
sábado, 29 de janeiro de 2011
Trailer - O mundo imaginário do Dr. Parnassus (The Imaginarium of Doctor)
O Mundo Imaginário do Dr. Parnassus, é um filme genial, dirigido por Terry Gilliam. Parnassus, dono de uma trupe de teatro e contador de história conduz o público através de um espelho mágico. Além dele integram o grupo, o mágico Anton (Andrew Garfield), Percy (Verne Troyer) o anão e Valentina (Lily Cole). Eles oferecem ao público um espetáculo irresistível através do referido espelho mágico, onde há um mundo fantástico, um mundo que transcende a realidade. Colorido em alguns momentos e sombrios em outros. Os personagens do filme são fascinantes, como a figura do diabo, alguns filmes retratam o diabo de forma engraçada como no filme “O Alto da Compadecida”, na parte do julgamento de João Grilo, em “O Homem que desafiou o Diabo” além de ter chifres, veste terno branco e dança de forma muito engraçada. No seriado “Hoje é Dia de Maria” o diabo é sedutor e hilário, na figura engraçada ele aparece untado, tem chifre e da cintura para baixo parece um bode.
Retornando ao filme, as imagens mostradas no mundo imaginário são muito doidas, como o diabo que se levanta da água em forma de serpente, escadas que alcançam o céu, sapatos femininos gigantes, policiais bailarinos, balões coloridos com cabeças engraçadas... Enfim, cenas maravilhosas. Outra cena interessante que destacaria, foi à cena das bocas chupadas, quando o diabo procura Parnassus em seu Templo. Neste momento Parnassus (Christopher Plummer) faz um pacto em troca da imortalidade, sempre a imortalidade tão desejada em inúmeros filmes, “o elixir da imortalidade, a panacéia universal buscada pelos alquimistas que poderia curar todas as doenças, prolongando a vida indefinidamente”. Enfim, Parnassus pensa que pode enganar o Diabo (Ton Waits), e o preço pela imortalidade é uma filha ao completar 16 anos, que vem a ter ao conhecer a mulher por quem se apaixona. Nick, o diabo, volta para cobrar a dívida, Parnassus desesperado começa a beber. Valentina, a filha, esconde do pai o sonho de ter uma casa normal, com filhos. Parnassus temendo perdê-la para o diabo tenta uma última jogada para manter com ele, Delicinha, como se refere a ela, cinco almas antes do aniversário dela e tem apenas três dias para conseguir.
Com a ajuda do encantador e astuto Tony (Ledger, Depp, Law, Farrel) atores fantásticos, principalmente Johnny Depp que tenho uma admiração em particular, o estranho, Tony, pendurado pelo pescoço em uma ponte de Londres que depois passa a integrar o grupo de Parnassus. Com sua astúcia vai ajudando a recolher as almas com a promessa de se casar com ela. Anton, apaixonado por Valentina sofre ao vê-la iludida com o forasteiro e tenta dizer a ela quem ele realmente é.
O final é surpreendente, Valentina realiza seu sonho de ter uma família e Parnassus, o pai depois de uma trajetória lamentável volta a vê-la e a deixa seguir sua vida, passa a trabalhar com o anão. O Diabo aparece no final dando a entender que Parnassus e ele continuam a competir.
Outra coisa bastante presente no filme, são os símbolos ocultistas, como na fachada do teatro. Estrategicamente acima das cabeças, bem no centro, o terceiro olho, o olho que tudo vê. Símbolo que para algumas religiões significa visão interior e poder. Pilares maçônicos, elefantes indianos, o xadrez tridimensional que conduz ao espelho mágico, mostrado na cena quando renovam as apresentações. Vale à pena conferir o filme.
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
domingo, 23 de janeiro de 2011
Le Fabuleux Destin d’Amélie Poulain
Conversando com uns amigos sobre o filme, um deles disse que o filme era chato, monótono... Bem, como eu iria convencê-lo de que o filme era bom demais? Até tentei dizer que talvez ele não tivesse prestado atenção, mas gosto não se discute. O filme é belo demais, a trilha sonora é algo “minha filha violinista tocou em um recital”. Tudo no filme é singular, a narrativa, a expressão de Amélie, uma jovem parisiense, encantadoramente tímida, exótica e de uma prodigiosa imaginação. Amélie foi privada pelos pais de contato com o mundo exterior, por acreditarem que ela tinha problemas de coração. O coração acelerava toda vez que o pai, um médico, lhe fazia exames cardiológico, ao contrário do que ele pensava, era apenas nervosismo que ela sentia com a rara aproximação. Educada pela mãe, uma professora, não freqüentou a escola, cresceu isolada até mudar-se para um bairro parisiense para trabalhar de garçonete, onde passou a se relacionar com as pessoas.
A partir do dia que entregou uma caixa, que estava escondida no banheiro de sua casa a um homem, passou a ver o mundo de maneira diferente. Amélie se apaixona e de forma criativa muda seu destino. A fotografia é bsatante expressiva no filme, assim como a arte, as cores resumindo-se em poesia.
Embora seja um filme poético como refiro-me, ou doce, ele aborda aspectos importantes a existência humana como o próprio existencialismo, sentimentos, enfim, o comportamento cotidiano das pessoas. E muitas passam pela vida dela, como a colega mal humorada que faz sexo no banheiro, experimenta a felicidade para depois chatear-se com o ciúme excessivo do namorado. O homem a quem ela entrega a caixinha e se impressiona ao vê-lo emocionado. O homem de vidro com sua sensibilidade, não a dos ossos, mas quanto aos detalhes de sua pintura. O pintor aconselha Amélie a saltar sem hesitar porque ela não tem ossos de vidro, podendo suportar as quedas da vida.
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
Freud Além da Alma
Freud Além da Alma
O filme “Freud Além da Alma” mostra a trajetória de Freud, uma fase bastante significante em sua carreira. Investigando a histeria Freud acaba descobrindo a psicanálise.
Na intenção de se aprofundar nos estudos sobre a histeria Freud diz à família que vai a Berlin ou paris onde o Dr Charcot, desafia a ciência com os fenômenos mentais. Despede-se da família que o apóia e da noiva e parte para Paris onde assiste a hipnose do Dr Charcot, um estudioso criticado por suas teorias sobre a histeria e o uso da hipnose. Freud fica impressionado com o que vê.
O paciente quando hipnotizado está inconsciente e a ansiedade excessiva impede que vá do inconsciente para o consciente a causa do problema, Freud observa essa dificuldade e compara a uma porta fechada ou parede que impede a passagem. Os desejos impróprios que não são realizados, reprimidos por serem condenados somado ao medo pela punição ficam no inconsciente bloqueados a irem para o consciente. Causando a doença física, embora fictícia na mente do paciente doente, a doença na verdade não existe, foi o que demonstrou Charcot e Freud no filme. O paciente quando em estado de transe (hipnotizado) o problema físico não existia foi sugerido pelo paciente.
Em uma das cenas o Dr Charcot para demonstrar que a doença é sugerida e não é física, hipnotiza dois pacientes que sofrem de histeria num primeiro momento os pacientes apresentam os problemas habituais da doença e logo depois de hipnotizados e sob sua ordem abandonam a doença. Depois ele transfere a doença de um paciente para o outro sugerindo isso a eles, assim demonstra que a doença não é orgânica foi induzida, sugerida por eles por causa de um trauma. A paralisia da paciente não existia no inconsciente dela tanto que caminhou pela sala diante dos presentes.
O Dr Charcot diz aos outros médicos que a hipnose não produz a cura apenas faz entender, que a doença é auto-sugestiva após um trauma. Diz ainda que o pensamento pode ser induzido no inconsciente o que explica a hipnose.
Freud experimenta a hipnose no hospital contrariando ordens do médico, dono do hospital. Após ser contrariado pede para que Freud se retire, numa conversa quando Freud o procura em sua casa. O médico mostra a ele os escorpiões presos e diz que devem permanecer no escuro, se mostrar a eles a claridade, se espalham.
Freud se afasta do hospital, mas continua hipnotizando seus pacientes de histeria, que relatam suas lembranças quando em transe. Ao hipnotizar um paciente que ameaça se suicidar caso seja internado num manicômio se choca com as revelações dele. Fala do ódio pelo pai, do desejo de vê-lo morto e do amor pela mãe ao acariciar os seios de um manequim, Freud fica perturbado com o que vê e se afasta do paciente abandonando-o. Após esse episódio Freud passa a ter sonhos confusos e sua esposa chama o médico amigo, Dr Breuer que pergunta a ele o que está acontecendo se quer falar. Momentaneamente Freud para com a hipnose , sente-se perturbado com os sonhos e tem muitas dúvidas a respeito de suas pesquisas. Repete as palavras do médico dono do hospital “melhor deixar os escorpiões no escuro”.
O chefe do hospital o chama as pressas, o mesmo que o ridicularizou, disse que os histéricos estavam no escuro como os escorpiões na caixa, diz ter histeria a vinte anos e por ser hipócrita acreditava na pesquisa, mas não quis assumir isso, preferindo esconder de si mesmo. Pede a Freud que continue com seus estudos.
Freud vai a procura do paciente que abandonou e recebeu a notícia de que ele havia morrido no manicômio, conforme havia dito a Freud se fosse mandado para lá. Posteriormente ele e o amigo, Dr Breuer falam dos pacientes que quando estão hipnotizados seus relatos tem forte ligação com conteúdos sexuais. Breuer Retorna a hipnotizar sua paciente, após ter feito as perguntas e antes que de ordem para que retorne ao consciente, Freud pede para fazer algumas perguntas. Ao fazer as perguntas e instigar, insistir a paciente entra em conflito e visivelmente ansiosa grita, vê a mulher que matou o pai, mas é o rosto dela que vê e não da que matou o pai por luxúria.
Freud ordena a ela que quando acordar deve lembrar-se de tudo que relatou a eles, assim ele começa a desenvolver a teoria de que os desejos sexuais começam na infância e criam esses traumas, dos desejos pelos pais.
O Dr Breuer é chamado à casa da paciente que agora tem sintomas de parto, é hipnotizada e ordenada pelo Dr Breuer a esquecer do que contou assim que acordar. Contrariando Freud que na hipnose anterior, disse que ao acordar ela deveria lembrar-se do que havia relatado. E assim ela esqueceu-se do que havia dito tão logo acordou e Breuer se afasta da paciente e diz a Freud que é preciso, para salvar seu casamento, Freud alega a ele que a paciente precisa dele, mas se recusa.
Freud é avisado sobre o pai estar à beira da morte, se surpreende, pois não conseguiu chorar sua morte, embora o amasse. No velório não consegue passar o portão, os sonhos perturbadores permanecem, vê o paciente dele, o que ele abandonou, vê também uma mulher mitológica com uma cobra nas mãos e o paciente beijando-a, acariciando-a, os mesmos sonhos anteriores. Diz ao Dr. Breuer que os sonhos têm enigmas e tenta interpretá-los, mas diz “os filhos devem fechar os olhos aos pecados dos pais” ainda referindo-se ao fato do pai ter cometido violência sexual contra a irmã, que na verdade percebe mais tarde que não aconteceu.
No momento que ele e o Dr Breuer retornam ao hospital percebe que é neurótico e pergunta: É possível a neurose começar na infância? O amigo responde que é possível.
Ao retornar a paciente Freud tenta hipnotizá-la, para tentar descobrir do que ela teve medo na infância, mas ela reage ao hipnotismo e Freud percebe que o hipnotismo do Dr Breuer tem um significado erótico para ela, por ele representar a figura do pai. Não conseguindo a hipnose começa a conversar com ela, explica o fato dela estar apaixonada pelo Dr Breuer ser justamente por ele representar a figura do pai, ela diz ter sonhado com o Dr, afirmando gostar dele e fala dos sonhos anteriores a ele Freud instiga e ela relata tudo, entre seu relato fala do amor pelo pai, do carinho dele por ela, dos ciúmes dela por ele e a agressividade da mãe, a suposta violência sexual do pai. Freud chega ao inconsciente sem utilizar a hipnose.
Freud conclui que para ela, o pai é o marido porque ela toma o lugar da mãe e o boneco é o filho fictício deles, as dores do parto que teve o que não conseguia entender porque ela amava o boneco se havia sido violentada pelo pai.
As consultas continuaram e ela fala da preferência do pai por prostitutas ao invés dela. Numa cena anterior em que está sendo hipnotizada pelo Dr Breuer ela diz adiar babas, o que explicaria o fato de ter visto a empregada que brincava com ela, e o pai se tocarem, seria sua rival, assim como a mãe, as prostitutas eram vistas por ela como rivais. Freud a ordena que ande tão logo saia do transe, mas ela não consegue mesmo tendo achado a lembrança, algo estava errado.
O Dr Breuer pede que ele pare com essa obsessão sexual, sua esposa também havia falado sobre os comentários das pessoas a respeito das perguntas que fazia aos pacientes.
Freud diz que o trauma sexual ou a criança viu ou sofreu abuso (como no caso dele acreditar que viu o pai violentando a irmã). Sua paciente que anteriormente era do Dr Breuer diz a ele que mentiu e ameaça suicídio, mas ele a convence de que se fizer isso ele se sentiria culpado assim ela desiste. Ela realmente havia mentido sobre o abuso do pai contra ela e Freud ao passo que trata seus pacientes, busca respostas para si mesmo. Dando assim mais um passo em seus estudos.
Numa cena, ao despertar de um sonho tenta entender o significado tenta estabelecer com a sua vida, assim começa a questionar porque sua mãe aparece no sonho, o que teve a ver com a sua vida na infância. Ainda qual o significado da cobra do sonho, porque não chorou a morte do pai. Procura a mãe e leva a pulseira que é uma cobra na tentativa de lembrar do trauma. Sonha novamente e no sonho não é mais seu ex paciente e sim ele.
Para ele o sonho tinha enigmas, a cobra que via era a cobra da pulseira, no sonho ele se vê enrolado na cobra e depois mamando no seio de sua mãe como se tivesse sentindo prazer. A explicação por que se irritou ao ver o paciente demonstrando na manequim o desejo pela mãe. Freud lembrou-se então de sua infância, quando viu a mãe nua se vestindo e o pai a levando logo depois, assim descobriu havia desonrado seu pai inventando o abuso contra a irmã. Mentiu a respeito do pai porque o via como rival, por ciúmes de sua mãe. Tratando seus pacientes acabou por entender e tratar a si mesmo.
Freud afirma que temos sexualidade na infância e provou isso por experiência própria e com seus pacientes. Freud inventou sobre o abuso sexual do pai como a paciente inventou, ele por ciúmes e rivalidade, ela porque desejava ser esposa dele, e não tinha o amor da mãe, ao contrário do pai a amava demais.
Freud está mais convicto com essas experiências de que os sonhos tem significados e enigmas que podem ser desvendados. O significado para o sonho da torre, que ainda não havia sido decifrado, o símbolo que vê na torre é da medicina e a frase conte-me tudo, assim Freud a cura.
Breuer rejeita a teoria da sexualidade na infância e como amigo e pai substituto o proíbe de ler a tese, mas Freud diz “Chega a hora que os filhos tem que seguir sozinhos”. Quando Freud expõe sua teoria da sexualidade na infância, como um bebe que tem desejos ao ser amamentado pela mãe ou é acariciado, amado e mais tarde descobre que tem um rival, passa a odiá-los. Fala do complexo de Édipo e provoca com isso, risos intensos na platéia, é ridicularizado perante todos. Logo depois Breuer é questionado sobre a teoria de Freud, o mestre reformula a pergunta e pergunta sua opinião própria a respeito da sexualidade na infância e ele responde que não acredita e que nunca acreditou. É aplaudido por todos e Freud fica sozinho com sua teoria.
Concluindo Freud descobre com a própria experiência e com seus pacientes, como dito antes, o fenômeno de se apaixonar pela mãe e ter ciúmes do pai. A agressividade, o ódio e o desejo de que os rivais morram, considerou um fenômeno universal do início da infância. Mostra como elaborou sua teoria psicanalista, o envolvimento e a semelhança com os pacientes, o ajuda nos estudos. O filme mostra um dos momentos mais decisivos na carreira dele, enfrentando a ignorância da medicina, da ciência contrários aos estudos da mente. Corajosamente Freud deu um novo rumo ao estudo sobre a mente humana e sua teoria também demonstrou a importância do inconsciente e descobrindo a psicanálise contribuiu para a cura dessas doenças mentais. Mesmo enfrentando a descrença, a fofoca sobre seus métodos utilizados com os pacientes, mesmo sendo ridicularizado teve coragem e inteligência de seguir com sua convicção. Talvez o próprio fato da incredibilidade dos demais o tenha impulsionado a buscar as provas, fez para o futuro, sabia que da importância de seus estudos.
Freud era determinado, corajoso embora algumas vezes tenha demonstrado medo, como quando não conseguia respostas as suas dúvidas. Por causa dessa coragem e determinação é que hoje estudamos Freud, caso contrário ele não seria o pai da psicanálise. Em uma última observação a respeito do filme, foi o apoio incondicional da família esta certamente tem grande contribuição no fato de Freud representar o que representa para a medicina e futuramente da esposa em sua trajetória o que certamente teve grande contribuição também para a conclusão de seus estudos.
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